sábado, 28 de julho de 2012

Campanha na "Província"


O ano de 2012 será marcado por duas tendências políticas que se excluem: a primeira é a dos candidatos (vereador ou prefeito) que navegam ainda numa mentalidade arcaica e de visão subalterna; a segunda será dos candidatos com uma visão ampla da situação social e cultural que não se prende a baixaria e denúncias vazias. Esses, com certeza serão poucos e apresentarão projetos de nível para que a população discuta. Analisemos no segundo quadro de tendência a questão cultural que passa pelas redes sociais. Nesse fator é de fundamental importância incluir boa parte da população - os jovens - que vivem mergulhados nas redes sociais e podem interagir com candidatos de nível. Aquelas ideias que subsistem de pretensos candidatos a "Divindade", que menosprezam os adversários e sempre enfatizam que "eu fiz, eu faço, eu posso, eu vou fazer", não tem nenhuma subsistência na atual conjuntura da sociedade. São candidatos a "Deus" ou a um cargo administrativo na terra? Por favor, nos poupem de seus "egos narcísicos". A juventude pode e deve colaborar com suas propostas ideias e sonhos. E ela está presente nas redes sociais. Lá é um lugar privilegiado de encontro, discussão e troca de propostas.

Outro quadro interessante é a questão sócio-ambiental. Nesse contexto faz-se necessário corrigir algumas sequelas muito graves. O eleitor precisa ler e se inteirar das demandas ligadas a: rio, água, manguezais e outras situações que em Aracaju são cruciais. O rio Sergipe que corta a capital está completamente poluído. Como pensar em um programa de governo sem essas pendências? Como interferir nas decisões políticas sobre esse assunto do Rio Sergipe e de outras demandas? Uma das atitudes é acompanhar a votação do Plano Diretor da cidade que está em votação na Câmara de Vereadores. Outra atitude é averiguar as propostas dos candidatos ao pleito de 2012.

Na verdade, estamos numa encruzilhada histórica. Aquela mentalidade de "vender o voto" por um saco de cimento, um emprego arranjado e dois mil blocos ou qualquer coisa material é absurda. Ela denigre a concepção de cidadania e colabora incomensuravelmente com a corrupção eleitoral. Posturas novas para uma nova sociedade. Fundamentada na justiça e equidade é a direção que precisamos.

No caso do cargo a vereador será preciso observar: o bloco a que pertence o candidato, sua postura ética sobre temas atuais como a vida, o meio ambiente, a saúde e etc. O vereador é um parlamentar da cidade e não um assistente social dos bairros. Aracaju ainda sofre com problemas terríveis de esgoto, transporte (mobilidade urbana) e na área da saúde. O vereador deve apresentar projetos para o bem comum e não contemplar as empresas corporativas da construção civil ou do transporte. Vereador é legislador e não "o pai midiático da pobreza". Devemos eleger pessoas idôneas e não pretensos candidatos a "Santos". A Câmara não é Igreja.

No caso do prefeito devemos enxergar que ele como executivo é o primeiro servidor público da cidade. É bem remunerado para isso e precisa de um bom número de parlamentares ao seu lado, alinhado com idéias de cunho social para governar a cidade. Votar isoladamente nele e, colocar demagogos na Câmara Municipal é um perigo estúpido que temos cometido ao longo da nossa tradição republicana.

Recordo uma frase de John Loocke, filósofo moderno: "A lógica do poder é querer mais poder". O prefeito nunca é um "ator social" isolado no mandato. Ele faz parte de um grupo que luta pelo poder. No Brasil e, em Sergipe, não é diferente, jamais se ganha eleição sozinho. Não existe mais messianismo em campanha eleitoral. Por isso, chegou a hora de se analisar, refletir, pensar e escolher bem. E mais, dá a desculpa de que não votou porque todos são iguais é uma ingenuidade atroz. Na política sempre existiu e sempre existirá situação e oposição. Planeje seu voto como cidadão e lutemos por uma Aracaju mais humana e afetuosa para todos.



                                                           José Soares de Jesus


Um comentário:

  1. Infelizmente são poucos os eleitores que procuram observar e questionar os candidatos a um cargo politico. Ainda podemos constatar que há eleitor que vende seu voto por um saco de cimento, pagamento das contas de água, energia... ou porque o candidato é bonito. "Chegou a hora de se analisar, refletir, pensar e escolher bem". Somos nós que os elegemos por quatro anos, por isso a importância de votarmos com convicção.

    ResponderExcluir