O ano de 2012 será
marcado por duas tendências políticas que se excluem: a
primeira é a dos candidatos (vereador ou prefeito) que navegam ainda numa
mentalidade arcaica e de visão subalterna; a segunda será dos candidatos
com uma visão ampla da situação social e cultural que não se prende a baixaria
e denúncias vazias. Esses, com certeza serão poucos e apresentarão projetos de
nível para que a população discuta. Analisemos no segundo quadro de tendência a
questão cultural que passa pelas redes sociais. Nesse fator é de fundamental
importância incluir boa parte da população - os jovens - que vivem mergulhados
nas redes sociais e podem interagir com candidatos de nível. Aquelas ideias que
subsistem de pretensos candidatos a "Divindade", que menosprezam os
adversários e sempre enfatizam que "eu fiz, eu faço, eu posso, eu vou
fazer", não tem nenhuma subsistência na atual conjuntura da sociedade. São
candidatos a "Deus" ou a um cargo administrativo na terra? Por favor,
nos poupem de seus "egos narcísicos". A juventude pode e deve colaborar
com suas propostas ideias e sonhos. E ela está presente nas redes sociais. Lá é
um lugar privilegiado de encontro, discussão e troca de propostas.
Outro quadro interessante
é a questão sócio-ambiental. Nesse contexto faz-se necessário corrigir algumas
sequelas muito graves. O eleitor precisa ler e se inteirar das demandas ligadas
a: rio, água, manguezais e outras situações que em Aracaju são cruciais. O rio
Sergipe que corta a capital está completamente poluído. Como pensar em um
programa de governo sem essas pendências? Como interferir nas decisões
políticas sobre esse assunto do Rio Sergipe e de outras demandas? Uma das
atitudes é acompanhar a votação do Plano Diretor da cidade que está em votação
na Câmara de Vereadores. Outra atitude é averiguar as propostas dos candidatos
ao pleito de 2012.
Na verdade, estamos numa
encruzilhada histórica. Aquela mentalidade de "vender o voto" por um
saco de cimento, um emprego arranjado e dois mil blocos ou qualquer coisa
material é absurda. Ela denigre a concepção de cidadania e colabora
incomensuravelmente com a corrupção eleitoral. Posturas novas para uma nova
sociedade. Fundamentada na justiça e equidade é a direção que precisamos.
No caso do cargo a
vereador será preciso observar: o bloco a que pertence o candidato, sua postura
ética sobre temas atuais como a vida, o meio ambiente, a saúde e etc. O
vereador é um parlamentar da cidade e não um assistente social dos bairros.
Aracaju ainda sofre com problemas terríveis de esgoto, transporte (mobilidade
urbana) e na área da saúde. O vereador deve apresentar projetos para o bem
comum e não contemplar as empresas corporativas da construção civil ou do
transporte. Vereador é legislador e não "o pai midiático da pobreza".
Devemos eleger pessoas idôneas e não pretensos candidatos a "Santos".
A Câmara não é Igreja.
No caso do prefeito
devemos enxergar que ele como executivo é o primeiro servidor público da
cidade. É bem remunerado para isso e precisa de um bom número de parlamentares
ao seu lado, alinhado com idéias de cunho social para governar a cidade. Votar
isoladamente nele e, colocar demagogos na Câmara Municipal é um perigo estúpido
que temos cometido ao longo da nossa tradição republicana.
Recordo uma frase de John Loocke, filósofo moderno:
"A lógica do poder é querer mais poder". O prefeito nunca é um
"ator social" isolado no mandato. Ele faz parte de um grupo que luta
pelo poder. No Brasil e, em Sergipe, não é diferente, jamais se ganha eleição
sozinho. Não existe mais messianismo em campanha eleitoral. Por isso, chegou a
hora de se analisar, refletir, pensar e escolher bem. E mais, dá a desculpa de
que não votou porque todos são iguais é uma ingenuidade atroz. Na política
sempre existiu e sempre existirá situação e oposição. Planeje seu voto como
cidadão e lutemos por uma Aracaju mais humana e afetuosa para todos.
José
Soares de Jesus
Infelizmente são poucos os eleitores que procuram observar e questionar os candidatos a um cargo politico. Ainda podemos constatar que há eleitor que vende seu voto por um saco de cimento, pagamento das contas de água, energia... ou porque o candidato é bonito. "Chegou a hora de se analisar, refletir, pensar e escolher bem". Somos nós que os elegemos por quatro anos, por isso a importância de votarmos com convicção.
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